quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Indiferença não faz diferença.

Essa semana foi divulgada uma matéria nos telejornais daqui do Rio de Janeiro que vem ganhando uma certa repercussão. Um rapaz de 15 anos, conhecido pela sociedade como "de menor", infrator com três passagens pela polícia, foi amarrado nu a um poste por um grupo de "pessoas". Ouvi a reportagem hoje no primeiro telejornal bem cedinho, no qual o apresentador, terminava a matéria dizendo: "situação complicada". Meu caro jornalista não tem nada de complicado ou delicado. Foi um ser humano que foi amarrado NU a um poste! O detalhe da barra de ferro no pescoço dele me chocou muito. A foto é extremamente agressiva aos olhos dos que ainda se sensibilizam. 

Para meu espanto, sim eu ainda me espanto com certos comportamentos da sociedade, é que esse acontecimento não chegou nem a fazer "cosquinha" na moral da maioria dos cidadãos cariocas. O que vi, foi que muitos acharam correto o que esse tal grupo de pessoas (que estão sendo acobertados pela mídia) fez. A velha máxima do Dente por Dente, Olho por Olho. Nos tempos atuais não se pode mais pensar e agir dessa forma. Poucos param para refletir a cadeia de eventos em que a nossa sociedade está imersa. 

Aos quinze anos de idade pouco sabia eu da vida. Escolhas, se não fossem meus pais zelosos, teria feito um delas errado. Não passei fome, não fui estuprada ou abandonada tão pouco espancada. Nunca fui apresentada as drogas e nem optei por fugir da minha realidade. Assim, caros amigos, fica muito fácil viver em sociedade, curtir a vida, ser feliz. Mas me pergunto sobre aqueles que não tiveram um terço do que eu tive, que faltou quase tudo, menos o ar que se respira. O álcool e as drogas fazem parte do cotidiano, a realidade é muito cruel, só fugindo mesmo. Então me pergunto como viver assim? É a lei da selva. É cada um por si. Entre a fome que me consome o dia inteiro, pq não sei o que é fazer uma refeição decente e a patrícinha com seu celular de última geração eu faço a escolha (sob os olhos da sociedade) errada. Vou vivendo um dia de cada vez, um leão por dia. E para quê mesmo? Fé, religião não enchem barriga. 

Então, meus caros leitores, antes de julgar o pequeno meliante e condená-lo ao fogo eterno, convido-os à reflexão. Calcem os seus sapatos, ou melhor, andem com seus pés. Saiam do conforto dos seus quartos com ar condicionado, da sua geladeira abastecida e vivam como esse e tantos outros cujas realidades são bem diferentes da nossa. A partir disso, acho que vcs terão o direito de execrá-lo como se tem feito. 

Os tempos são outros, precisamos evoluir, a Lei tem que ser a do Amor. Não podemos aplaudir um ato horrendo como esse. Não podemos viver como no tempo de Talião. Enquanto não aprendermos a perdoar e a amar não mudaremos muito. Seguimos como animais, onde o hoje é o que importa, o futuro é incerto e o passado deve ser esquecido. Não é isso que quero para o meu filho.  

sábado, 4 de janeiro de 2014

Planejamento

Planejamento. Estamos constantemente fazendo planejamentos. Seja a curto prazo ou a longo prazo. Quem nunca pensou no que vai comer no almoço do dia seguinte, ou nas férias do fim de ano. Estamos sempre planejando, isso é fato. 

Planejar é gostoso. Uma viagem, por exemplo. A gente procura saber quais são os pontos turísticos, onde comer bem, quais museus, lugar para se hospedar, enfim, traçamos um roteiro. E achamos que vamos cumprir o tal roteiro de cabo a rabo. Quando a viagem sai mais ou menos de acordo, a gente se sente satisfeito, acha que soube planejar tudo direitinho. Ledo engano. 

Hoje, percebo que se uma viagem saiu conforme o planejado é porque era para ser assim. "Estava escrito". Você pode até achar que eu estou sendo pessimista em dizer que não temos controle da nossa própria vida. Talvez, realmente, não sei. Só sei, que em muitas ocasiões, nós achamos que sabemos de tudo, quando sabemos de quase nada. 

Para 2014 eu planejei. Planejei uma viagem. Não uma viagem turística. Não pretendia simplesmente conhecer a Itália. Iria a trabalho, enriquecer a minha vivência. Iria morar em Parma por 8 meses. Sem meu marido. Não foi uma decisão simples a ser tomada. Mas foi muito, mas muito pensada e planejada. E uma vez que a gente traça o roteiro, sair dele é difícil. Modificá-lo requer muito esforço. Mas as vezes nós nos vemos obrigados a refazer o roteiro por completo.

A vida é assim. O difícil é aceitar que nem sempre estamos no leme da nossa própria vida. Na verdade não gosto desse olhar fatídico de que não sou dona das minhas escolhas. Mas também não é desse jeito. Como adepta da doutrina Espírita, hoje percebo que tenho sim o livre-arbítrio, sou dona das minhas escolhas, a questão é que muitas dessas escolhas são tomadas ainda na esfera espiritual, no momento do planejamento reencarnatório. Mas o que isso quer dizer, escolhi ou não? Escolhi sim, com auxilio da Espiritualidade Maior, sendo orientada a fazer o roteiro da minha vida na Terra de forma que tudo me leve ao sucesso evolutivo. Então, fica a pergunta, por que muda? Não muda. Tudo ocorre como tem que ser. Nós é que nos esquecemos do que nos comprometemos quando em Espírito e aí, traçamos rotas diferentes daquelas que foram originariamente montadas. 

Mas voltando a questão da Itália. O "planejamento" era a viagem. Depois de tanta batalha para aceitar as condições nas quais eu iria me submeter a essa aventura, Deus me mostrou que eu estava saindo da rota original. 

Sapatinho Crochê Mod.02 - Branco

Os meus planos de 2014 são outros. É o de ser mãe. É com muita alegria (e susto) que estamos esperando o nosso primeiro rebento. Que ele venha com muita saúde e luz. Estamos aguardando ansiosos...


terça-feira, 13 de agosto de 2013

Escolhas

Nem sempre escolher alguma coisa é fácil. Isso é fato. Mas não é possível viver sem fazer escolhas, até mesmo quando vc acha que não está escolhendo, a "não-escolha" é uma escolha.

O grande problema é o que vai me custar menos quando faço uma escolha. Sempre tento colocar na "balança da vida" os prós e os contras ou melhor, o custo e o benefício. A questão é que nem sempre é tão óbvio o que é custo ou benefício. Cada um de nós tem seus critérios e baseado neles todos fazemos escolhas. Aí vem o problema. Normalmente os critérios de todos nós não batem uns com os outros e a consequência disso é o julgamento. "Mas como assim vc não vai fazer isso? Ou como vc pôde fazer tal coisa". E o pior de tudo é que o julgamento do outro geralmente tem um peso enorme. A questão é: mas por que raios! tem esse peso todo? Bom isso é outro assunto.  O fato é que discriminar os critérios que serão colocados na balança é que é o mais difícil. Nem sempre é tão óbvio, pelo menos para mim.

A angústia que isso gera é muito grande, porque na maioria das vezes  não dá para voltar atrás. O que não foi escolhido poderá sempre "ter sido a escolha correta". Ou o que ou quem foi preterido pode não volta mais e não irá entender jamais as suas razões. Daí toda a problemática. Nem sempre somos capazes de absorver bem o destempero dos outros e também o seu julgamento. E quem somos nós para culpá-los? Se fosso o contrário, se fosse nós mesmos a ser preteridos, rejeitados, deixados de lado, como nos sentiríamos? Saberíamos entender e perdoar? Difícil, né? Como lidar com isso? Não sei...

A estratégia talvez seja encontrar argumentos suficientes para poder basear a nossa escolha. Nos armar de segurança, respirar fundo e optar. Sabendo que vc pode estar deixando para trás uma história, uma vida, uma relação que pode não voltar mais a ser como era antes. E ai, a gente aprende a viver da maneira que der. Com resignação e resiliência. Pois uma propriedade inerente ao ser humano é a sua capacidade de se adaptar a qualquer ambiente/situação por mais hostil que lhe possa ser. Força...

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Expurgo

Expurgo: s.m. Liberação de impurezas. Afastamento (de um ou vários indivíduos) de uma coletividade, por questões políticas, doutrinárias, etc. O mesmo que expurgação.

É exatamente nesse processo que me encontro. Ou melhor, preciso estar. Sinto que ando acumulando lixo emocional. Quando pensamentos não positivos, de depreciação e inferiores me assaltam o tempo todo, preciso expurgar. Passar pelo processo de limpeza das impurezas, das minhas impurezas. Hoje percebo que boa parte do meu lixo emocional é produzido e acumulado por mim. E que, numa frequência absurda, resulta numa alucinante enxaqueca. Será que cada episódio de enxaqueca é um processo de expurgação? Não sei. Só sei que me deixa em frangalhos e não é mais assim que quero ficar.

Mas como resolver essa problemática? Como deixar de sentir certos sentimentos? Nessa hora me lembro do filme "Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças", genioso esse filme, complicado de acompanhar, mas depois que vc saca a sua essência, vc deseja do fundo do seu coração a capacidade de apagar todas as memórias que não te fazem feliz. Hoje a minha seleção de memórias desejosas de serem deletadas está ficando cada vez maior. Pessoas, frases, passagens, tudo que hoje reverbera na minha mente e me deixa doente. Mas se não fossem essas memórias, o que seria eu? 

Na guerra do Id com o Self não sei a quem apoiar. Como viver com as memórias amargas, com as frases que não deveriam ter sido ditas, ou as mágoas que não deveriam ser sentidas. O mix de sensações que compõem a gente...O velho ser ou não ser, eis a questão.

O fato é que preciso me expurgar, não me sinto pura, não me sinto limpa. Preciso, só não sei como. Só sei que o resultado é mais um episódio de flagelo mental, onde sinto que os meus neurônios se contraem ou liquefazem e nesse ínterim peço, oro, imploro que eu não acabe num estado vegetativo, perdida dentro de mim. 

Hoje não é um bom dia...

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Lonely Day

Vida que segue. Sempre segue. Independente de como vc está, do que vc deixou ou de como vc se encontra. Durante a minha vida  já ouvi muitas frases, entre elas "Tudo passa", "Se não tem remédio, remediado está". Até que é meio consolador ouvir coisas do tipo em algumas situações, como na morte de um ente querido. Mas em alguns casos, não convém ouvir por mais que no fundo, no fundo, vc saiba que é verdade. 

Me refiro no caso de solidão crônica. Não, não é o meu caso, não sou uma pessoa sozinha. Mas as vezes me sinto assaltada por esse sentimento. A solidão me era uma velha amiga (plagiando alguma letra cafona de banda de rock-farofa). Achei por muito tempo que iria caminhar pela estrada da vida sozinha, mas graças ao bom Deus, encontrei meu maior parceiro, ou como gosto de chamá-lo meu cúmplice. 

Mas quando a gente mergulha no mar da introspecção, quando nos permitimos ficar a sós conosco mesmo, é aí, nesses momentos que a solidão bate. Não sou dessas pessoas que não conseguem se aturar, se suportar. Muito pelo contrário, gosto da minha companhia. Mas as vezes tenho uma vontade enorme de gritar para o mundo coisas do dia a dia, das minhas dificuldades ou das minhas conquistas. Só que, não tem ninguém para ouvir. Simples assim. É que cada um tem os seus próprios problemas, suas próprias mazelas para carregar e eu não vou despejar mais um quinhão de balelas. 

Quero deixar claro que isso não implica que elas me amem menos ou eu a elas, é apenas uma questão de cada um no seu quadrado. E nesses dias, quando o mundo te sufoca é que a solidão chega sorrateira e se instala, mesmo quando o seu maior companheiro está do seu lado na cama. 

Eu chamo esses dias de Lonely Day. Normalmente, os meus "lonely days" são quando não me sinto bem fisicamente. Quando o meu cérebro parece encolher e me deixa engessada na cama, tendo como companhia os meus pensamentos. Geralmente eles não são as melhores companhias. Tenho medo. Medo de um dia, descobrir que a razão de tudo seja um tumor ou um aneurisma que eu tenha pouco tempo ou que seja tão  indeterminado como uma bomba relógio. São esses tipos de pensamentos que me assaltam quando estou nos meus lonely days

Ah, mulher de pouca fé. Tanta coisa para acontecer, tanta quilometragem para percorrer e ainda assim, eu tenho medo de não chegar na chegada. Bom, tudo isso é reflexo de mais um lonely day. Mas como o nome diz é um day. Tomorrow is another day.

Bjos
Gi

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Sonhe!


♪♫♩♫ "Cante comigo. Cante pelas risadas e pelas lágrimas. Mesmo que só por hoje. Talvez amanhã o bom Senhor te leve embora".  ♪♫♩♫

Uma música sempre me encanta pelo conjunto da obra: letra e melodia. Quando escuto uma música com uma melodia gostosa, que me faz viajar ela já está valendo a pena, mas quando junta a letra que tem o que dizer, aí sim, eu vou longe. 

"Dream on" é uma dessas músicas. Mais especificamente a versão ao vivo da banda Aerosmith com a Orquestra Sinfônica de Boston. O som do violino na introdução me faz flutuar... E então, entra o Steve Tyler. Aí, eu me vejo no meio do concerto. Embalada por essa música, prestando atenção à letra, percebo o quão  mágica ela é. 

"Sonhe, sonhe até que seu sonho se torne real", Steve me diz mais ou menos isso (eu me permito a uma extrapolação da letra). Tomo o conselho pra mim. Ou melhor, retomo esse conselho. No início da minha juventude, já sonhei com muitas coisas, e sinceramente, graças a Deus, boa parte dos meus sonhos não se realizaram. Isto porque, sonhos de adolescente não podem ser tão levados a sério, e são tão volúveis, hoje quero isso, amanhã já não tenho tanta certeza. Entretanto, dentro de tantos sonhos fúteis, eu tinha alguns bem concretos. E foi pensando nesses sonhos que a música me atingiu. 

Mas, o mais o importante de tudo isso é a gente não pode se acomodar. Como assim, já sonhei tudo o que tinha que sonhar? Não existe mais nada que eu almeje na minha vida? Não, isso não pode estar certo. Por isso da música. Ela me fez perceber que eu não só posso, mas DEVO continuar sonhando. Sonhos possíveis, claro, atingíveis. E esse conselho não é só para mim. Quantos de nós não se permite mais sonhar. Quantos abandonaram essa meta? Isso me entristece muito. No mundo que vivemos, devemos sonhar. Sonhar por um mundo melhor. Sonhar por sermos pessoas melhores. Enfim, muitas coisas podem ser sonhadas. E que a gente desperte para os nossos sonhos o quanto antes, afinal não sabemos quando o Bom Senhor nos chamará.



sexta-feira, 7 de junho de 2013

Vamos fugir? Desse lugar, baby?

Viver! Aproveitar! Ser Feliz! É o desejo da maioria, porém poucos conseguem. E não por que seja algo inatingível ou que requeira condições específicas, como ser muito rico, por exemplo, mas porque a maioria não consegue aproveitar as pequenas oportunidades que aparecem para viver, aproveitar e ser feliz. 

De sem querer hoje percebi o quanto Ser Feliz é fácil. Uma ida ao shopping, um almoço agradável e uma conversa espairecedora. Foi só o que me bastou. Nessa semana, quando meu marido precisou viajar para fazer um curso que muito o está realizando (o que me deixa muito feliz) a ideia de passar 4 dias sem ele, me incomodava. Não pelo fato de não conseguir me suportar (forever alone nunca foi meu problema), mas pela simples ausência da companhia dele. Estava triste e meio "deixa a vida me levar". No primeiro dia, uma dor de cabeça me aborreceu o dia inteiro. Aposentei ela diante da necessidade do trabalho. Resultado: ela foi embora e me diverti com as amigas. Hoje, o dia era de "obrigação", mas foi transformado em curtição. O que houve de diferente? Nada. Fiz o que precisava ter sido feito e depois apreciei. Tudo. A ida ao shopping (quem diria, nunca tinha ficado tãoo feliz em ir a um shopping, coisa de gente que mora no interior), o almoço nada saudável (Spoleto, tô mentindo?), a estrada (tá, RO a Macaé, não "a viagem", mas contou) e o fim de tarde tomando suco de amora com a melhor amiga. Foi tudo super. Super gostoso, super bom, super me fez bem. 

Então, a proposta é "Vamos fugir". Fugir da mesmice, fugir da monoideia, fugir do abismo que muitas vezes nos consome porque permitimos. Quantos de nós gastamos horas e horas remoendo fatos, conversas, pensamentos que são totalmente infrutíferos e até são o "empurrãozinho" para o abismo. Gosto de pensar na ideia de que sou LIVRE. Livre para fazer as minhas escolhas no mundo e no MEU mundo interior. E hoje escolhi viver um fim de tarde com a amiga tomando suco de amora.

Bjos 
Gi