Essa semana o Papa Francisco deu uma declaração pra lá de interessante. Segundo ele, " todos que praticarem bons atos ganharão o céu, até os ateus". Mais uma vez, esse Papa demonstrou que está a cima do consenso geral da Igreja Católica e que é capaz de raciocinar por conta própria. Eu iria além, ele conseguiu ler a Bíblia e interpretá-la na sua origem com toda a fidelidade das escrituras.
A sentença do Papa se refere ao óbvio, uma vez que a mensagem do Mestre Jesus é muito simples: "Amarás a Deus de toda a sua alma e a teu próximo como a ti mesmo" (Mateus, 22:34 -40). Jesus não disse, "Ame, mas só a alguns", ou ainda, "Ame a Deus, mas só se ..."; não havia uma condicional no ensinamento do Mestre. Isso significa que também não há exclusões, inclusive para os ateus.
A incoerência, mais uma vez surgiu, quando o Vaticano quis "corrigir" o Papa. Bom, para começo de conversa, o Papa, segundo os católicos é o maior representante da Igreja e neste caso, como pode uma comunidade corrigir seu representante? Claro que deve haver bom senso, se o Papa tivesse dito algo de muito absurdo, nada mais justo que ele fosse corrigido, mas cá entre nós, fazer o bem não deveria cobrir uma multidão de pecados? Inclusive o fato de ser ateu, se é que isso é pecado.
Eu não sou ateia. Mas gosto de pensar na ideia que aqueles que entenderam a maior lição do Mestre, o da caridade e do amor ao próximo, sem levantar nenhuma bandeira religiosa, sejam, no mínimo, recebidos no Além como benfeitores. Não cabe na minha cabeça que alguém que só distribuiu o amor e ajudou seja condenado ao fogo eterno simplesmente porque não comungou ou ouviu os sermões do pastou ou não tomou passes. Enfim, o bom senso me chama a razão. E quando penso que Jesus NÃO era católico, nem evangélico, nem espírita, nem budista nem nada, Ele era simplesmente amor, fico mais certa que o âmago da questão não está na Bíblia, e sim naqueles que a interpretam. Cada vez eu gosto mais desse Papa. Fica a reflexão.
Bjos